O que esses 7 fundos fizeram para não perder dinheiro no caótico mês de maio? – Infomoney, 12 de junho de 2018
Os fundos com estratégias focadas em dólar e no mercado exclusivamente internacional foram excluídos do levantamento, uma vez que o cenário foi menos desafiador com o dólar batendo recordes de alta
Weruska Goeking, 12 jun, 2018 15h22 – Atualizada em 16h10
SÃO PAULO – “Sell in may and go away” é uma frase já tradicional do mercado financeiro ao ponto de se tornar até um tanto folclórica. Ela diz respeito ao período pré-férias de verão nos Estados Unidos. Vale lembrar que uma parcela importante do mercado acionário brasileiro é de estrangeiros. Neste ano, a profecia foi realizada e tanto estrangeiros quanto brasileiros saíram vendendo suas ações na Bolsa brasileira em meio às incertezas políticas e a greve dos caminhoneiros.
O resultado foi a queda de quase 11% do Ibovespa, em seu pior resultado em três anos e meio e os fundos multimercados recuaram 2,20%, segundo o IHFA (Índice de Hedge Funds da Anbima). Mas enquanto uns choram, outros vendem lenço: 7 fundos multimercados conseguiram manter a performance positiva.
O InfoMoney foi atrás das explicações das estratégias vencedoras de cada um deles e você pode conferir tudo no programa “Top Fundos” (no player abaixo) Vale lembrar que fundos com estratégias focadas em dólar e no mercado exclusivamente internacional foram excluídos do levantamento, uma vez que o cenário foi menos desafiador com o dólar batendo recordes de alta. Foi o caso do Geo Empresas Globais, que teve ganhos de 9,28%, com diversificação tanto geográfica pelas empresas quanto cambial.
Confira os 7 fundos multimercados que conseguiram sobreviver a maio em patamar positivo:
Fundo | Retorno absoluto em maio | Aplicação inicial mínima | Taxa de administração |
Gávea Macro | 3,06% | R$ 50 mil | 1,98% |
Truxt Macro Advisory | 1,40% | R$ 20 mil | 1,90% |
Az Quest Total Return | 1,11% | R$ 5 mil | 2% |
Absolute Hedge | 0,97% | R$ 5 mil | 1,90% |
Safari | 0,94% | R$ 25 mil | 1,80% |
RPS Total Return D30 | 0,83% | R$ 50 mil | 2% |
SulAmerica Endurance | 0,57% | R$ 5 mil | 1% |
Gávea Investimentos: O gestor estava comprado em dólar, tomado em juros no Brasil e vendido no Ibovespa.
Truxt Investimentos: José Tovar, CEO da Truxt, conta que a equipe de gestão já observava, desde março, que o incentivo fiscal norte-americano acabaria pressionando a taxa de juros por lá e fortaleceria o dólar. Cenário complicado para os países emergentes, em especial aqueles com fragilidades adicionais, como é o caso do Brasil. As apostas já não eram otimistas desde abril, segundo Tovar.
No mês passado, o fundo estava tomado em juros com vencimento em dois e três anos, apostando na subida de juros curtos americanos. Os gestores também não apostavam que o Banco Central reduziria a Selic, na contramão de boa parte do mercado, uma vez que as moedas emergentes estavam derretendo e outros países emergentes já subiam seus juros. “Acertamos esse movimento. Fomos com opções e tomados no juro para janeiro de 2020 e passamos um tempo comprado em dólares”, explica Tovar.
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